UMA CURTA BIOGRAFIA
Nasci e cresci em São Mateus, cidade litorânea do Espírito Santo, Brasil. Apesar de ter tido uma infância marcada pelo contato próximo com a natureza, ou pelo que dela ainda subsistia, não guardo na memória nenhuma curiosidade peculiar em relação ao mundo natural, como aquelas que frequentemente surgem em pessoas que posteriormente optam por seguir uma carreira na biologia. Mas isso mudou quando minha família e eu nos mudamos para Ariquemes (Rondônia), uma pequena cidade no norte do Brasil, situada na fronteira entre a floresta amazônica e o cerrado, uma espécie de savana tropical. Matriculei-me na Universidade Federal de Rondônia como estudante de biologia aos 17 anos. Na época, ainda muito jovem, sabia que poderia mudar de rumo se percebesse que biologia não era a opção certa para mim. No entanto, isso nunca aconteceu. Durante meu primeiro semestre na universidade, consegui um estágio em um laboratório focado em ecologia de peixes e pesca local. Eu me apaixonei por isso instantaneamente. Tive a oportunidade de me aventurar em expedições científicas, vivenciar as verdadeiras maravilhas da natureza do Rio Guaporé e do Rio Madeira. Eu também adorava estar no laboratório. Era como um refúgio, e eu passava todos os momentos livres ali. Ao final do meu primeiro ano como estudante de bacharelado, percebi que poderia transformar essa paixão em carreira, e é exatamente isso que venho fazendo desde então. Depois de me formar (2006), mudei-me para o coração da Floresta Amazônica, Manaus (Amazonas), para ingressar no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), onde fiz mestrado (2009); voltei para Porto Velho para trabalhar em uma empresa privada, onde co-liderei um grande inventário da ictiofauna do Rio Madeira (afluente do Rio Amazonas) (2009–2010); tirei um período sabático na França, onde morei com uma família local nos Alpes como au pair (2011–2012); mudei-me para a Suíça para um estágio na Universidade de Genebra (2012–2013); fiquei lá até concluir o doutorado (2019); fiquei desempregado por alguns meses; quase me mudei para Oklahoma (EUA) para um pós-doutorado, mas Covid não permitiu; então, iniciei um pós-doutorado no Eawag/Universidade de Berna (2020), onde trabalhei por três anos. A Suíça tem sido meu lar há mais de uma década. No entanto, desde setembro de 2023, por causa do novo trabalho, tenho me mantido entre a Suíça e a Holanda. Meu pós-doutorado atual é financiado pelo programa de mobilidade da Fundação Nacional Suíça de Ciência, e desenvolvo minha pesquisa em instituições holandesas – Naturalis Biodiversity Center e Universidade de Groningen. Portanto, viajo regularmente de/para a Suíça/Holanda, o que me permite trabalhar proximamente com meus colaboradores suíços (Eawag, Universidade de Berna e Museu de História Natural de Berna) e neerlandeses. |
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